Em Psicanálise, a configuração do setting é terapêutica porque serve de objeto transicional para o mundo, e o analista serve de objeto transicional para os objetos (pessoas com quem vai se relacionar). O setting analítico é como se fosse uma 'maquete' do 'mundo lá fora.'
Em outras palavras, a pessoa treina, expondo sua forma de ser, e tendo o analista como espelho, passa a se enxergar.
O analista, numa atitude de entrega, dispõe o próprio Ego para ser emprestado ao analisando, permitindo-o pensar, e juntos, desenvolvem novas estratégias para o analisando escolher, (ou não) outro comportamento diferente, até obter o resultado desejado. Com o tempo, o analisando começa a não precisar mais do Ego do analista emprestado, e depois de um tempo fica independente, sem precisar da transição entre o seu narcisismo e a realidade. Aos poucos, verá que alguns (muitos) comportamentos e reações são universais, e antecipando as reações dos outros, num primeiro momento irá se conter, mas quando estiver realmente bem, vai inserir atitudes no ambiente que modificarão a realidade a seu favor. (Wally Martins)
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